

Por Sônia Barreira, da Escola da Vila
Houve um tempo em que a educação infantil se ocupava apenas em ensinar as cores para as crianças. As tias, como eram chamadas as professoras, gastavam muitas horas na semana para ensinar aquilo que qualquer criança aprende informalmente na vida.
Isso ocorria porque não se sabia o que era a infância e muito menos o que as crianças podiam aprender. Ingenuamente se acreditava que nesta etapa a escola deveria apenas preparar para o fundamental e que conhecer dois ou três algarismos por ano era mais do que suficiente.
Muito tempo se passou, muitas pesquisas sobre os processos de aprendizagem aconteceram e a comunidade educacional mundial aprendeu a respeitar a criança e a reconhecer sua capacidade de aprender, de relacionar, comparar, abstrair e criar.
As escolas, ao menos as mais atualizadas, construíram ricas propostas de vivências significativas, oportunidades repletas de aprendizagem e favoreceram através de espaços instigantes, histórias, arte e música, o desenvolvimento infantil.
A questão central da educação das crianças pequenas não é a aprendizagem das cores e muito menos as cores de suas roupas, nem no sentido literal e muito menos no sentido simbólico.
É preciso que as escolas se ocupem em oferecer aos pequenos cidadãos oportunidades concretas de desenvolvimento de suas capacidades. Isso só é possível com profissionais qualificados, bem remunerados e valorizados socialmente.
O resto é distração. É perda de tempo.