

Por Lidiane Torres, orientadora pedagógica do Centro Educacional Viva
Este texto nasceu da necessidade de fazer um paralelo entre a dor e o prazer de viver férias em família. É comum ouvirmos dos pais nesta época, que nós, educadores, teremos férias, mas eles não. Então, com o objetivo de trazer mais leveza para este período, elucidamos alguns pontos a respeito do tema.
Para muitos, pensar sobre férias significa um alívio e uma oportunidade de conquistar outros campos de experiência, visitando lugares desconhecidos, revisitando os que já conhece ou até fazendo aquela viagem dos sonhos.
Mas, tudo isso inclui o seu filho?
Para alguns pais, as férias representam um desespero e é aí que está o cerne da questão. O filho estar de férias precisa mesmo ser sinônimo de demanda, de transtorno os pais? Acreditamos que seja o contrário. Este deve ser um momento em que pais e filhos se conheçam melhor, estabeleçam um contato mais íntimo, busquem um tempo de qualidade nessa relação… Reconstruam e ressignifiquem esse convívio…
Existem pesquisas que afirmam que os brasileiros estão trabalhando e estudando mais. E isso é bom? Sim, trabalhar e estudar faz bem, mas é importante considerarmos que antes de sermos seres profissionais e sociais, somos seres humanos e é saudável e necessário programar as pausas.
Nós levamos uma vida tão corrida e neste período temos a oportunidade de parar e pensar sobre como estamos levando a vida. Estamos vivendo a vida? Ou estamos passando por ela?
É importante também viver o ócio, a falta de horários e a limitação de um tempo para cada atividade do dia. As férias são importantes, inclusive para nós nos recompormos intelectual e emocionalmente, além de ser um descanso para o corpo. Todos, professores, pais e alunos, necessitam deste tempo de pausa, em que o exercício do pensar seja mais livre, isento de obrigação.
Pense no que o trabalho, a escola, a faculdade te impedem de fazer e busque estratégias para tornar possíveis os planos que foram apenas guardados como frustrações:
- Ouvir uma música
- Fazer um passeio
- Aproveitar para fazer organizações (arrumar o físico, ajuda a arrumar a mente)
- Visitar (amigos, parentes, lugares)
- Ler um livro de tema livre
- Assistir a um filme ao um espetáculo
- Fazer um piquenique ao ar livre
- Aproximar-se da vida orgânica, a natureza
- Buscar encontros e outras situações em que se viva o afeto recíproco (confraternizar)
Enfim, aprender a viver sem pressa, sem hora. Mas e as crianças, o que fazer com elas neste período?
É saudável e importante que a criança se aproprie do espaço da sua casa e das relações que não são possíveis de se estabelecer quando estão em período de estudo. Assim, é importante que as programações não só as incluam, mas sejam pensadas também para elas e os incluam como pais.
Também é preciso avaliar o que é necessário para a criança naquele período, considerando como foi o seu ano, seja fazendo uma pausa, ou a oferta de mais estímulos, ou ainda fazendo deste tempo mais uma oportunidade para estar junto. Pense, mas pense de forma leve, sobre como escolherá passar por este período, para que ele seja proveitoso. Ser proveitoso não significa fazer muitas coisas, mas aproveitar com qualidade o tempo de que dispomos. E não sofram por ter mais tempo com seus filhos. Aproveitem esta oportunidade. Pais não deixam de ser pais quando não estão de férias, são pais o tempo todo. As férias só acabam quando terminam. Desfrutem deste tempo com sabedoria.
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Perfeito texto e reflexão. Obrigada!